As rosas-do-deserto (Adenium spp) são plantas suculentas
belíssimas, de caule escultural e floração euberante, que vem encantando
jardineiros no mundo todo. Mas elas tem seus segredinhos para encorpar o caule
e as raízes, além disso, você pode estimular florações espetaculares com essas
dicas. Vamos a elas?
1. Iluminação: As rosas-do-deserto são plantas exigentes em
luz. Elas devem tomar pelo menos seis horas de sol por dia, caso contrário não
florecem ou florecem pouco. Na falta de sol, também podem acontecer duas
coisas: estiolamento (crescimento débil em comprimento) ou uma tendência em
procurar luz, fazendo com que a planta fique torta para um só lado.
2. Temperatura: As Rosas do Deserto não gostam do frio. Em
baixas temperatura, seu metabolismo fica muito lento, dormente. Quando expostas
ao frio, as folhas ficam amarelas e caem. Deixam de florescer, e se estiverem
floridas as flores caem. Nestas condições, as regas devem ser bem espaçadas,
até porque não vão aproveitar muito as irrigações. Uma estufa seria uma saída
interessante para manter a planta em crescimento vegetativo em locais com
inverno mais rigoroso, como no sul do Brasil e nas regiões serranas.
3. Substrato: O substrato para Rosas-do-deserto é bem
específico, mas fácil de compôr. Ele deve ser rico em potássio, fósforo e
cálcio, leve e essencialmente bem drenante. No entanto, por ser um substrato
drenável, é frequente a perda de nutrientes, que são constantemente lavados
durante as regas e as chuvas, por isto adubações complementares são muito bem
vindas. O nitrogênio é um nutriente que deve ser usado com cautela, pois pode
provocar um desenvolvimento excessivo na planta. Temos aqui um artigo que fala
sobre estre assunto. Veja mais em: Substrato para rosas-do-deserto
4. Podas: Não tenha medo de podar sua rosa-do-deserto. As
podas são imprescindíveis para dar forma à planta e servem também para
estimular as florações. Tenha cautela ao usar as podas para induzir o
florescimento. Use como último recurso. Antes disso, melhore a adubação, dando
mais atenção aos nutrientes citados acima. Para dar formato à planta, pode-se
usar também recursos dos bonsaista, como “aramar” os galhos ou então usar fios
de barbante para ancorá-los. Faça sempre cortes em bisel nos ramos, evitando
assim o acúmulo de água nos ferimentos. O pó de canela tem sido usado com
sucesso como cicatrizante nos cortes, prevenindo o aparecimento de doenças
fúngicas.
5. Propagação: A Rosa do Deserto pode ser propagada por
sementes ou estacas. Se a opção for sementes, deixe-as de molho em água não
clorada para se hidratarem. O tempo mínimo na água é de duas horas. Podem
também ser plantadas sem este tratamento, mas neste caso o tempo para
germinação aumentará em 2 a 3 dias. Depois de hidratadas, plante em recipientes
individuais e bem identificados. Estes recipientes podem ser copinhos de
plásticos de 200 ml ou bandejas de isopor com células individuais. As bandejas
de 128 células, facilmente encontradas em agropecuárias, são ideais. O tempo
para as sementes germinarem varia de 2 a 4 dias. Durante este período, mantenha
o substrato constantemente úmido. Quando todas estiverem germinadas reduza a
irrigação para uma ou duas vezes por dia e, a medida que forem crescendo, a
irrigação deve ser gradativamente espaçada. As mudinhas devem ficar sob sol
pleno para irem se acostumando a esta condição de luminosidade. O momento para
o transplante é quando a mudinha estiver com 3 pares de folhas definitivas.
Depois de 6 a 8 meses de germinadas as pequenas plantas começam a florecer.
Outra forma de propagá-las é por estacas. Aproveite as podas
para fazer mudas por estaca, mas lembre-se que essas mudas não desenvolvem
caudex como as originárias de semente. Veja mais sobre a propagação por
estaquia em: Estaquia da rosa-do-deserto (com vídeos)
6. Adaptação: Se você comprou sua planta num viveiro ou
supermercado, é normal as folhas e flores caírem, não se preocupe. As folhas
vão amarelecer e cair, assim como as flores. Isto é normal, pois elas mudaram
drasticamente de ambiente. Não faça transplante e nem adube até que sua planta
esteja totalmente adaptada ao novo local, demonstrando crescimento.
7. Irrigação: Uma das formas de saber se sua planta esta com
sede é apertando o caudex (caule) de leve. Se estiver murcho, isso significa
que a planta está desidratada. Neste caso, faça uma boa irrigação, mas sem
encharcar e verifique constantemente o substrato. Caudex murcho, pode também
ser podridão. Quando apertar o caudex, e verificar que está murcho, aperte
outra parte do caudex. Se também estiver murcho, é quase certo que sua planta
está realmente desidratada. Caso contrario pode ser podridão.
Planta pendurada, logo após completa remoção de parte
apodrecidas da raíz.Foto de Sinval
Planta pendurada, logo após completa remoção de parte
apodrecidas da raíz.
8. Podridão: Se sua rosa-do-deserto estiver podre, não se
desepere, muitas vezes há salvação. Limpe todas as raízes, ficando assim com as
raizes nuas. Com uma colher, elimine toda parte lesionada (podre) e pendure a
planta num local com sombra. Deixe a planta nestas condições (pendurada) até
que cicatrize toda ferida aberta. Isto levará no mínimo uns 5 ou 6 dias.
Depois, replante com um novo substrato. Deixe a planta mais uns 3 a 4 dias na
sombra, depois leve-a gradativamente a pleno sol. Nestas condições, também
poderá haver perda de folhas.
É bem provável que depois desta operação o caudex fique com
um buraco. Este buraco será para sempre. Mas você poderá disfarça-lo usando um
cacto, uma pedra ou uma suculenta para tampar.
Bem, por enquanto é só. Espero ter contribuído para deixar
sua adenium ainda mais bonita.