terça-feira, 22 de agosto de 2017

Rosa do deserto

As rosas-do-deserto (Adenium spp) são plantas suculentas belíssimas, de caule escultural e floração euberante, que vem encantando jardineiros no mundo todo. Mas elas tem seus segredinhos para encorpar o caule e as raízes, além disso, você pode estimular florações espetaculares com essas dicas. Vamos a elas?
1. Iluminação: As rosas-do-deserto são plantas exigentes em luz. Elas devem tomar pelo menos seis horas de sol por dia, caso contrário não florecem ou florecem pouco. Na falta de sol, também podem acontecer duas coisas: estiolamento (crescimento débil em comprimento) ou uma tendência em procurar luz, fazendo com que a planta fique torta para um só lado.
2. Temperatura: As Rosas do Deserto não gostam do frio. Em baixas temperatura, seu metabolismo fica muito lento, dormente. Quando expostas ao frio, as folhas ficam amarelas e caem. Deixam de florescer, e se estiverem floridas as flores caem. Nestas condições, as regas devem ser bem espaçadas, até porque não vão aproveitar muito as irrigações. Uma estufa seria uma saída interessante para manter a planta em crescimento vegetativo em locais com inverno mais rigoroso, como no sul do Brasil e nas regiões serranas.
3. Substrato: O substrato para Rosas-do-deserto é bem específico, mas fácil de compôr. Ele deve ser rico em potássio, fósforo e cálcio, leve e essencialmente bem drenante. No entanto, por ser um substrato drenável, é frequente a perda de nutrientes, que são constantemente lavados durante as regas e as chuvas, por isto adubações complementares são muito bem vindas. O nitrogênio é um nutriente que deve ser usado com cautela, pois pode provocar um desenvolvimento excessivo na planta. Temos aqui um artigo que fala sobre estre assunto. Veja mais em: Substrato para rosas-do-deserto
4. Podas: Não tenha medo de podar sua rosa-do-deserto. As podas são imprescindíveis para dar forma à planta e servem também para estimular as florações. Tenha cautela ao usar as podas para induzir o florescimento. Use como último recurso. Antes disso, melhore a adubação, dando mais atenção aos nutrientes citados acima. Para dar formato à planta, pode-se usar também recursos dos bonsaista, como “aramar” os galhos ou então usar fios de barbante para ancorá-los. Faça sempre cortes em bisel nos ramos, evitando assim o acúmulo de água nos ferimentos. O pó de canela tem sido usado com sucesso como cicatrizante nos cortes, prevenindo o aparecimento de doenças fúngicas.
5. Propagação: A Rosa do Deserto pode ser propagada por sementes ou estacas. Se a opção for sementes, deixe-as de molho em água não clorada para se hidratarem. O tempo mínimo na água é de duas horas. Podem também ser plantadas sem este tratamento, mas neste caso o tempo para germinação aumentará em 2 a 3 dias. Depois de hidratadas, plante em recipientes individuais e bem identificados. Estes recipientes podem ser copinhos de plásticos de 200 ml ou bandejas de isopor com células individuais. As bandejas de 128 células, facilmente encontradas em agropecuárias, são ideais. O tempo para as sementes germinarem varia de 2 a 4 dias. Durante este período, mantenha o substrato constantemente úmido. Quando todas estiverem germinadas reduza a irrigação para uma ou duas vezes por dia e, a medida que forem crescendo, a irrigação deve ser gradativamente espaçada. As mudinhas devem ficar sob sol pleno para irem se acostumando a esta condição de luminosidade. O momento para o transplante é quando a mudinha estiver com 3 pares de folhas definitivas. Depois de 6 a 8 meses de germinadas as pequenas plantas começam a florecer.
Outra forma de propagá-las é por estacas. Aproveite as podas para fazer mudas por estaca, mas lembre-se que essas mudas não desenvolvem caudex como as originárias de semente. Veja mais sobre a propagação por estaquia em: Estaquia da rosa-do-deserto (com vídeos)
6. Adaptação: Se você comprou sua planta num viveiro ou supermercado, é normal as folhas e flores caírem, não se preocupe. As folhas vão amarelecer e cair, assim como as flores. Isto é normal, pois elas mudaram drasticamente de ambiente. Não faça transplante e nem adube até que sua planta esteja totalmente adaptada ao novo local, demonstrando crescimento.
7. Irrigação: Uma das formas de saber se sua planta esta com sede é apertando o caudex (caule) de leve. Se estiver murcho, isso significa que a planta está desidratada. Neste caso, faça uma boa irrigação, mas sem encharcar e verifique constantemente o substrato. Caudex murcho, pode também ser podridão. Quando apertar o caudex, e verificar que está murcho, aperte outra parte do caudex. Se também estiver murcho, é quase certo que sua planta está realmente desidratada. Caso contrario pode ser podridão.
Planta pendurada, logo após completa remoção de parte apodrecidas da raíz.Foto de Sinval
Planta pendurada, logo após completa remoção de parte apodrecidas da raíz.
8. Podridão: Se sua rosa-do-deserto estiver podre, não se desepere, muitas vezes há salvação. Limpe todas as raízes, ficando assim com as raizes nuas. Com uma colher, elimine toda parte lesionada (podre) e pendure a planta num local com sombra. Deixe a planta nestas condições (pendurada) até que cicatrize toda ferida aberta. Isto levará no mínimo uns 5 ou 6 dias. Depois, replante com um novo substrato. Deixe a planta mais uns 3 a 4 dias na sombra, depois leve-a gradativamente a pleno sol. Nestas condições, também poderá haver perda de folhas.
É bem provável que depois desta operação o caudex fique com um buraco. Este buraco será para sempre. Mas você poderá disfarça-lo usando um cacto, uma pedra ou uma suculenta para tampar.

Bem, por enquanto é só. Espero ter contribuído para deixar sua adenium ainda mais bonita.

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