Nomes Populares: Caqui, Caquizeiro, Dióspiro, Diospireiro
Família: Ebenaceae
Categoria: Árvores, Árvores Frutíferas
Clima: Mediterrâneo, Subtropical, Temperado
Origem: Ásia, Birmânia, China, Coréia do Norte, Coréia do
Sul, Japão, Nepal
Altura: 9.0 a 12 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
O caquizeiro é uma árvore de origem asiática, dióica,
decídua e mundialmente apreciada por seus frutos doces e saborosos, os caquis.
O próprio nome botânico Diospyros, já dá uma boa idéia de que estamos falando
de uma fruta deliciosa. A palavra vem do grego antigo e significa “alimento de
Zeus”, uma alusão ao divino sabor dessa fruta. Em Portugal, é conhecida por
dióspiro, e a árvore, por diospireiro. Seu tronco é tortuoso e a casca bastante
rugosa, com raízes profundas e fortes. Se deixada a crescer livremente, atinge
15 metros de altura. No entanto, em pomares, sejam comerciais ou domésticos,
não convém que se deixe crescer tanto, o que dificulta a colheita. As folhas
são largas, lanceoladas e rígidas, e apresentam um verde terroso mais claro ou
mais escuro, que adquire belas tonalidades de bronze e vermelho durante o
outono, logo antes de caírem. As flores são pequenas, de cor creme ou rosadas,
tetrâmeras e podem ser femininas, masculinas ou hermafroditas. A floração
ocorre na primavera e pode acontecer de a expressão sexual de uma árvore se
alterar a cada ano, com uma proporção maior de flores masculinas ou
hermafroditas por exemplo.
Os frutos são bagas, e podem apresentar sementes, quando
polinizados, ou ausência total de sementes, quando formados por partenocarpia.
Eles podem ser globosos, ovóides ou achatados, amarelos a avermelhados, de
casca fina e polpa firme e opaca, ou mole, gelatinosa e translúcida. Os frutos
tornam-se maduros no final do verão e início do outono, mas algumas colheitas
podem se estender um pouco mais, de acordo com a cultivar. Há diferentes
variedades de caquizeiros, que geralmente são classificados quanto ao teor de
tanino nos frutos que podem ser:
Sibugaki – Taninosos: São frutos que mesmo estando maduros,
apresentam alto teor de taninos, o que lhes confere uma forte adstringência na
boca. A sensação de “amarra a língua” é comumente descrita. A polpa comumente é
vermelha. Estes frutos podem ser consumidos sem problema, desde que passem por
um processo de destanização, com álcool etílico, vinagre ou gás carbônico,
durante mais ou menos 4 dias, o que os torna doces. Ex.: Kakimel, Pomelo, Coral
Amagaki – Doces (ou não taninosos)
De polpa amarela ou alaranjada, são os caquis que podem ser
consumidos ainda firmes, e não apresentam adstringência. O tipo mais conhecido
deste grupo é o Fuyu.
Variáveis – Aqui entra o caqui-café e o caqui-chocolate. Os
frutos com sementes são doces e não taninosos, além de apresentarem a polpa
mais ou menos escura, com raios de cor marrom, variando com a quantidade de
sementes. Os frutos formados sem sementes são taninosos, de polpa amarela, e
precisam passar pela destanização como os frutos do tipo sibugaki. Ex.
Rama-forte, Giombo e Kyoto.
Pomar de caquizeiro, evidenciando o formato de taça que deve
ser buscado neste tipo de cultivo, além do escoramento dos ramos, para evitar
que se quebrem ou toquem o chão durante a frutificação. Foto de Forest &
Kim Starr
Os caquis são na maior parte das vezes consumidos in natura,
mas com eles pode-se fazer uma infinidade de preparações culinárias. De frutos
secos (do tipo passa) a sucos, geléias, licores, pudins, sorvetes, bolos,
molhos (do tipo chutney), e até mesmo um excelente vinagre. São ricos em
betacaroteno, vitamina C e sais minerais, mas também são ricos em açúcar e
taninos e por isso seu consumo deve ser moderado.
É uma árvore excelente para o jardim ou pomar doméstico,
pois além de prover abundância de frutos, ainda produz sombra farta no verão e
permite a passagem da luz solar no inverno. O caquizeiro avidamente procurado
pela avifauna silvestre, seja pela ampla oferta de frutos, seja para a produção
de ninhos. Sua manutenção é baixa, e na maior parte das vezes é bastante
resistente a pragas e doenças. Exige apenas podas de formação e frutificação,
eliminando-se ramos altos, velhos e doentes, abrindo-se a copa para que possa
ficar bem arejada e ensolarada. O raleio dos frutinhos em formação também é
interessante, pois permite frutos maiores e evita o esgotamento da árvore. Em
plantios comerciais deve-se seguir as recomendações de poda, tutoramento e
escoramento dos ramos, para além de uma ótima produtividade, uma boa sanidade
no pomar. Curiosidade: a madeira do caquizeiro é semelhante ao ébano, de cor
escura, grao fino e dura. É difícil de ser trabalhada, mas produz objetos de
qualidade, de tacos de golfe a instrumentos musicais e utensílios domésticos.
O caquizeiro deve ser cultivado sob sol pleno, em solo
fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente
durante o período de crescimento e frutificação. No inverno convém reduzir ou
até mesmo suspender as regas. Aprecia fertilizações ricas em fósforo e
micronutrientes, assim como calagem realizadas durante o período de dormência,
no inverno. Durante o período vegetativo, adubações ricas em nitrogênio e
potássio são bem vindas, parceladas e sem excessos, caso contrário pode-se
comprometer a frutificação. Apesar de se adaptar a diferentes climas e gostar
do calor, o caquizeiro prefere o clima subtropical, pois necessita de um certo
tempo de horas de frio para florescer e frutificar satisfatoriamente. Esse
tempo varia de acordo com a cultivar. Assim, há cultivares mais próprias para o
plantio no Rio Grande do Sul, outras para Santa Catarina, assim como Paraná ou
São Paulo e Minas Gerais. Multiplica-se principalmente por enxertia, de clones
sabidamente produtivos, sobre porta-enxertos resistentes, originários de
sementes e adaptados a solos mais secos e profundos ou a solos mais rasos e
úmidos, sendo eles respectivamente Diospyros kaki e Diospyros virginiana.
Frutifica após 4 a 7 anos do plantio.
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